Fiquei me perguntando por horas, por dias o que eu deveria postar aqui depois de tanto tempo sem escrever...
Primeiro pensei em escrever sobre como Deus tem sido maravilhoso para comigo. Depois pensei em escrever sobre alguns temas polêmicos como: a violência aqui na Bahia, sobre as drogas, sobre a maioridade penal, mas então decidi que gostaria, depois de tanto tempo, escrever sobre como tudo mudou na minha vida desde que engravidei.
Há, exatamente, dez meses e vinte oito dias, eu estava gerando um bebê em meu ventre... Não, eu não estava planejando ter um filho por agora, pois sonhava em fazer uma pós logo depois da faculdade, planejava uma casa, um bom emprego e, só então, ter uma família. Mas, felizmente, tudo mudou. Alguns chamam de azar, outros de erro do destino, mas eu chamo de bênção, de milagre, de esperança, de motivo para viver. Quando eu descobri que estava grávida fiquei desesperada, se é que posso chamar a minha primeira reação assim. Não pense que fiquei desesperada de tristeza, mas sim por que eu não sabia como criar e cuidar de um bebê. Mas depois de um ou dois meses o desespero deu lugar sim a tristeza... Mas não foi por que eu não queria um filho, mas por que tudo que eu havia planejado estava desaparecendo das minhas mãos, e o pior era que eu não sabia o que fazer. Então eu chorava, chorava muito. Em alguns momentos queria pular essa fase da minha vida e ir logo para a parte que o filho já está grande e independente. Em outros me odiava por pensar assim. No mês seguinte pensava em tudo que teria que abrir mão, teria que parar de comer alimentos gordurosos e com corantes para dar lugar a alimentos saudáveis, teria que abrir mão das festas (logo eu que amava sair), do salto alto pelo chinelinho baixo, da calça jeans pelo vestido folgado, dos estudos para ficar em casa vendo novelas, seriados. Refrigerante? Ual, todos olhavam para mim ao mesmo tempo se eu escolhia um refrigerante cola, então mudava meu pedido para um suquinho de maracujá. No decorrer dos meses eu percebia em câmera lenta que tudo estava mudando e que ainda viriam mudanças mais drásticas lá na frente. E então meus seios ficaram doloridos, minha barriga gigante, meu nariz maior ainda, tudo doía quando eu andava e o pior, os amigos foram sumindo, e eu os entendia, já que eu não tinha mais o "pique" deles. Chorava por tudo e tudo me deixava nervosa.
Mas não era tudo tão ruim como parece. Tinha lá seu lado bom, e o meu preferido era ouvir, ver e sentir seu coração batendo dentro de mim, nas ultrassons eu me sentia a pessoa mais realizada do mundo, ficava tão ansiosa por cada ultra e quando uma acabava já contava os dias para o próximo mês. Quando, no 5º mês o meu obstetra disse: olha só é um meninão! eu senti mais vontade de chorar.. Foi então que percebi que meu sonho não era ser uma profissional de renome, não era fazer várias pós, seguidas de mais especializações, não era ter o carro do ano, muito menos uma casa perfeita, mas sim uma família, um lar. Era ter um bebê, aquele bebê.
Foi então que tudo ficou mais bonito, tudo tinha uma razão para que eu estivesse bem comigo mesma. Eu seria mãe de um príncipe, um príncipe que se chamaria Arthur. E ele nasceu... Foram 38 (quase 39) logas semanas. Mas então ele nasceu. Um garotinho lindo, com 51 cm e 3 quilos e meio.
E foi a partir desse momento que minha vida realmente mudou.
Hoje eu sei como é difícil ser mãe, não estou falando isso por que tenho que levantar cedo para dar banho, vesti-lo e amamenta-lo, nem por que acordo de meia em meia hora só pra ver se ele está respirando, nem por que estou sempre cheirando a leite, muito menos por que tenho que troca-lo sempre para não ficar assadinho, não é difícil por que eu tenho medo de machuca-lo ou dele ficar doente, nem de leva-lo ao médico e sempre querer uma segunda opinião. Mas eu estou falando que o difícil é não me apaixonar por cada sorriso que ele aprendeu a me dar todas as manhãs, difícil por que desejo ficar doente no lugar dele, ficar com cólica no lugar dele. Difícil por que eu não sei o que faz ele chorar, difícil por que queria tirar todos os obstáculos da frente dele no futuro para que não sofra, difícil por que hoje não penso mais em mim, penso nele o tempo todo. Difícil por que tenho que ser forte quando ele toma aquelas vacinas assustadoras, ou quando a enfermeira não encontra a sua veia e por isso se acha no direito de ficar "tentando"... Difícil pois sei que terei que volar ao trabalho, e ficarei distante dele. Por que sei que um dia ele vai crescer e vai voar, criara outro ninho e eu ficarei o vendo crescer e amadurecer de longe...
Não se engane, tudo na vida de uma mãe é muito difícil para ela quando o assunto é seu filho.
Por isso, eu amo ser mãe, amo ver meu bebê acordar e saber que eu sou a primeira pessoa que ele deseja ver (mesmo sabendo que tenho o que ele quer), amo sentir seus pequenos lábios sugarem com sua pouca força o leite que está em meus seios, amo ver que quando ele chora no colo de alguém sou eu a quem ele procura, amo ver seu sorriso e sentir seu cheiro. Eu o amo mais a cada descoberta. Amo quando os meus seios vazam por que ele está com fome. Amo quando segura meu dedo com sua mãozinha minuscula. Eu também o amo quando me acorda pela madrugada ou quando se encolhe perto de mim buscando meu calor. Eu o amo por que foi ele quem fez eu e o seu pai pessoas melhores, mais fortes, mais felizes, mais esperançosas por um mundo melhor...
Amo com um amor que nunca senti antes e tenho certeza que nunca sentirei por outra pessoa.
Ser mãe, sem duvida, é a melhor profissão do mundo, com certeza é a mais difícil, a mais complicada, a mais estressante, porém é sim a melhor e a mais gostosa profissão que possa existir no mundo. Sabe por que? Por que, por mais estranho que pareça, nunca deixaremos de ser mãe!
Lindas palavras! Fico me imaginando passando por tudo isso rs. Mas que bom que compartilhou esse momento de descoberta, ja vou tendo noção do que passarei futuramente rs
ResponderExcluirParabéns MAMÃE Ingredientes!