Continuação do Capitulo III
A noite segue tranquila. Sonhos e esperanças. Enfim as Lulus podem descansar. Depois de uma viagem cansativa, de sonos acumulados, de choros e de alegrias. Elas dormem. Umas felizes. Outras nem tanto. Ansiosas e preocupadas. Amigas que amam, que cuidam, que protegem, que ouvem e aconselham.
Conviver com a diferença é um dos maiores desafios que uma amizade pode encontrar. Amigos que abrem mão da sua felicidade para ver o outro bem, são raros. Elas são assim. Cláudia, Amanda, Gabriela e Iara. Personagens que a vida uniu em um momento que elas mais precisavam. Quanto mais os anos se passaram mais a amizade se tornou forte. Não é que elas não briguem. É que a amizade criou um laço de irmandade e quando a vida cria essa aliança é difícil qualquer bobagem quebrar. Mas a amizade também é como uma rosa que deve ser regada todos os dias com amor e cuidado. Porém a rotina, o tempo, os compromissos e as dificuldades impedem que isso aconteça... E se as Lulus não tomarem cuidado... A rosa pode murchar ou ainda pior... a rosa pode morrer.
Todos estão reunidos a mesa tomando café da manhã quando Maria senta a mesa, mas lembra que ainda não viu sua filha Cláudia levantar para ir a entrevista.
-Manuel, você viu a Cláudia?- Pergunta a seu marido.
-Não. Deve esta dormindo. -Responde colocando o leite em seu copo.
-Mas já são oito horas, se ela estiver dormindo - sem nem terminar a frase, da um pulo da cadeira e vai direto para o quarto de sua filha.
-Cláudia -bate na porta- você esta ai? -Sem obter resposta, Maria entra no quarto. Cláudia está dormindo tranquila e serena.
-Cláudia acorde! São oito horas. Você esta atrasada.
Ainda sonolenta, Cláudia abre um olho, torna a fecha-lo, depois de alguns segundos abre os dois. Sua mãe esta ali parada a sua frente. Procura o celular, não o encontra. -Que horas são mamãe?
-Oito horas. Você perdeu o horário e se continuar ai deitada vai perder a entrevista também.
-Oh não acredito -começa a chorar desesperadamente- não vou conseguir mamãe.
-Vai sim. Ainda da tempo. Vamos, levante-se.
Cláudia da um pulo da cama e vai direto para o banheiro. Toma banho e escova os dentes o mais rápido que pode. Vai ate seu guarda-roupa e pega as peças. Veste-se e arruma o cabelo. Pega sua bolsa e sai correndo do quarto. Passa pela sala fala com todos -bom dia! -Não deu tempo nem de ouvir a resposta deles. Já esta no ponto pegando um táxi.
-Por favor, me leve para o prédio empresarial o mais rápido possível.
Mas é nesses momentos que parece que a vida esta fazendo com que tudo dê errado.
Cláudia não consegue se controlar, de minuto em minuto olha o visor do celular buscando as horas perdidas. "Mas o que aconteceu comigo? Não vi meu celular despertar? Ou eu não o coloquei pra despertar?" E ao olhar pra fora do táxi, percebe o transito que a espera mais na frente. "Ótimo, tudo que eu precisava era um engarrafamento desses. Meu Deus, já são oito e quarenta. Não vai dar tempo."
-Senhora, acho que vamos demorar pelo menos uns quarenta minutos.
-Como assim? Eu tenho que chegar lá em vinte.
O taxista olhando pra ela pelo retrovisor conclui -Se você for andando, chegara mais rápido.
-Mas estou de salto, não vou aguentar ir muito tempo -Cláudia responde quase chorando.
-Vá por essa via aqui -ele aponta com a mão- e dobre a primeira esquerda. Assim você economizara uns vinte e cinco minutos.
Cláudia pensa por um minuto -Tá bom. Obrigada.
Depois de pagar, sai correndo pelo caminho que o motorista lhe indicou. Mas seus sapatos lhe incomodam a ponto de faze-la tropeçar e cair rasgando sua calça preta no joelho esquerdo, tem vontade de chorar e sair correndo dali. Mas já esta próxima do prédio, não vai desistir agora. Se levanta e continua a andar o mais rápido que pode. Enfim consegue ver o prédio de longe. Sente seu coração bater acelerado e suas pernas tremer. Arruma o cabelo no espelho da porta do grande prédio e entra. Avista duas garotas bem vestidas na recepção, não resiste e pergunta:
-Olá, bom dia. Tenho uma entrevista marcada com o senhor Paulo Fonseca.
-Bom dia -responde uma das recepcionistas- desculpe, mas a entrevista estava marcada para ás nove horas.
-É eu sei -Cláudia morde os lábios- mas é que eu tive alguns contratempos.
A recepcionista olha para seu corpo dos pés a cabeça e conclui com um olhar de indiferença -Sinto muito, mas o senhor Fonseca cansou de esperar. Já são nove e quinze. Ele não espera nem mesmo dois minutos.
-Mas por favor -junta as mãos como se implorasse- liga pra ele. Eu preciso muito desse emprego.
-Não vai dar mesmo. As outras candidatas já entraram, mas posso guardar seu telefone.
Cláudia sente as lágrimas nascerem em seus olhos -Obrigada -com voz tremula continua- será um favor se eu pudesse deixar meu currículo também.
-Ah sim. Claro. Pode me dar.
-Aqui -entrega o currículo não mão da recepcionista e abaixa a cabeça- Obrigada. Tchau.
-Tchau.
Cláudia abre a porta de vidro e começa a caminhar. A cada passo que ela dava, lágrimas escorriam pela sua face, molhando sua blusa. Ela não consegue evitar. Chora por ter perdido a entrevista para o emprego dos seus sonhos, chora por não ter tido a oportunidade de tentar mostrar o seu talento, chora por ter dormido demais. Chora porque sente raiva, porque esta triste e por que sua esperança parece ter evaporado. Ás vezes o choro é o melhor remédio para a dor.
Chega em casa mais triste do que nunca, e não faz questão de esconder isso da sua família. Sua mãe esta lavando a louça quando ver Cláudia entrar, larga o prato recém ensaboado e vai em sua direção. Nesse momento ela poderia dizer vários sermões, ou fazer perguntas inacabáveis como só ela sabe fazer. Mas ver sua filha naquele estado a fez perceber que isso não valeria apena. Simplismente, sem falar nada, dá um abraço apertado, daqueles que dizem mais que mil frases. Cláudia então permite ser abraçada e se desmancha nesse colo de mãe. Um abraço sem ressentimento, sem troca. Um abraço que protege, que cuida, que ama, que fortalece. E assim ela permanece, protegida por esse amor de mãe.
Porque na vida é isso mesmo que importa. É o amor, não os bens materiais. Porque é o amor que construímos dia a dia. O sucesso profissional vem com o tempo. Mas uma base, a base do amor por assim dizer, é o que nos fortalece. Que nos da motivos pra seguir em frente. É o que nos torna únicos, capazes de lutar e vencer. É o amor conquistado que fica de pé quando o nundo todo desmorona. O resto, sempre será resto. Porque o amor é a injeção de animo que todos precisam diariamente.
Cláudia não consegue se controlar, de minuto em minuto olha o visor do celular buscando as horas perdidas. "Mas o que aconteceu comigo? Não vi meu celular despertar? Ou eu não o coloquei pra despertar?" E ao olhar pra fora do táxi, percebe o transito que a espera mais na frente. "Ótimo, tudo que eu precisava era um engarrafamento desses. Meu Deus, já são oito e quarenta. Não vai dar tempo."
-Senhora, acho que vamos demorar pelo menos uns quarenta minutos.
-Como assim? Eu tenho que chegar lá em vinte.
O taxista olhando pra ela pelo retrovisor conclui -Se você for andando, chegara mais rápido.
-Mas estou de salto, não vou aguentar ir muito tempo -Cláudia responde quase chorando.
-Vá por essa via aqui -ele aponta com a mão- e dobre a primeira esquerda. Assim você economizara uns vinte e cinco minutos.
Cláudia pensa por um minuto -Tá bom. Obrigada.
Depois de pagar, sai correndo pelo caminho que o motorista lhe indicou. Mas seus sapatos lhe incomodam a ponto de faze-la tropeçar e cair rasgando sua calça preta no joelho esquerdo, tem vontade de chorar e sair correndo dali. Mas já esta próxima do prédio, não vai desistir agora. Se levanta e continua a andar o mais rápido que pode. Enfim consegue ver o prédio de longe. Sente seu coração bater acelerado e suas pernas tremer. Arruma o cabelo no espelho da porta do grande prédio e entra. Avista duas garotas bem vestidas na recepção, não resiste e pergunta:
-Olá, bom dia. Tenho uma entrevista marcada com o senhor Paulo Fonseca.
-Bom dia -responde uma das recepcionistas- desculpe, mas a entrevista estava marcada para ás nove horas.
-É eu sei -Cláudia morde os lábios- mas é que eu tive alguns contratempos.
A recepcionista olha para seu corpo dos pés a cabeça e conclui com um olhar de indiferença -Sinto muito, mas o senhor Fonseca cansou de esperar. Já são nove e quinze. Ele não espera nem mesmo dois minutos.
-Mas por favor -junta as mãos como se implorasse- liga pra ele. Eu preciso muito desse emprego.
-Não vai dar mesmo. As outras candidatas já entraram, mas posso guardar seu telefone.
Cláudia sente as lágrimas nascerem em seus olhos -Obrigada -com voz tremula continua- será um favor se eu pudesse deixar meu currículo também.
-Ah sim. Claro. Pode me dar.
-Aqui -entrega o currículo não mão da recepcionista e abaixa a cabeça- Obrigada. Tchau.
-Tchau.
Cláudia abre a porta de vidro e começa a caminhar. A cada passo que ela dava, lágrimas escorriam pela sua face, molhando sua blusa. Ela não consegue evitar. Chora por ter perdido a entrevista para o emprego dos seus sonhos, chora por não ter tido a oportunidade de tentar mostrar o seu talento, chora por ter dormido demais. Chora porque sente raiva, porque esta triste e por que sua esperança parece ter evaporado. Ás vezes o choro é o melhor remédio para a dor.
Chega em casa mais triste do que nunca, e não faz questão de esconder isso da sua família. Sua mãe esta lavando a louça quando ver Cláudia entrar, larga o prato recém ensaboado e vai em sua direção. Nesse momento ela poderia dizer vários sermões, ou fazer perguntas inacabáveis como só ela sabe fazer. Mas ver sua filha naquele estado a fez perceber que isso não valeria apena. Simplismente, sem falar nada, dá um abraço apertado, daqueles que dizem mais que mil frases. Cláudia então permite ser abraçada e se desmancha nesse colo de mãe. Um abraço sem ressentimento, sem troca. Um abraço que protege, que cuida, que ama, que fortalece. E assim ela permanece, protegida por esse amor de mãe.
Porque na vida é isso mesmo que importa. É o amor, não os bens materiais. Porque é o amor que construímos dia a dia. O sucesso profissional vem com o tempo. Mas uma base, a base do amor por assim dizer, é o que nos fortalece. Que nos da motivos pra seguir em frente. É o que nos torna únicos, capazes de lutar e vencer. É o amor conquistado que fica de pé quando o nundo todo desmorona. O resto, sempre será resto. Porque o amor é a injeção de animo que todos precisam diariamente.
Continua...
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